Enfermeiras cuidam de vítimas da epidemia de gripe espanhola de 1918 dentro de barracas de lona, em Massachusetts
Em 1918, o mundo assistia ao fim da Primeira Guerra Mundial. No fim daquele ano, o número estimado de mortos chegaria a 37 milhões no mundo inteiro e milhões de soldados tentavam voltar para casa. Então, surgiu uma nova doença. Alguns a chamaram de gripe espanhola, outros de a grande gripe ou ainda de gripe de 1918. Independe disso, a doença matou aproximadamente 20 milhões de pessoas em questão de meses [fonte: Yount]. Num ano, a gripe desapareceria, mas apenas depois de causar um número espantoso de mortes. As estimativas globais variam entre 50 e 100 milhões de fatalidades naquele ano [fonte: NPR]. Muitos a consideram a pior epidemia (depois pandemia) registada na história da humanidade.
A gripe de 1918 não foi causada pelo vírus típico da gripe que vemos anualmente. Era uma nova cepa de micróbio da gripe, o vírus A da gripe aviária H1N1. Os cientistas suspeitam que a doença tenha sido transmitida dos pássaros para os humanos no meio-oeste americano pouco antes do surto. Foi baptizada, posteriormente, de gripe espanhola depois que uma epidemia na Espanha matou 8 milhões de pessoas [fonte: NPR].
No mundo inteiro, o sistema imunológico das pessoas estava totalmente despreparado para o novo vírus - assim como os astecas não esperavam a chegada da varíola, por volta de 1500. O transporte de tropas e as linhas de abastecimento no fim da Primeira Guerra Mundial permitiram que o vírus chegasse rapidamente a proporções pandémicas, espalhando-se para outros continentes e países.
Ressurreição de um assassino
Em 2005, os investigadores recriaram o vírus A da gripe aviária H1N1 a partir de material genético encontrado nos pulmões das vítimas da gripe de 1918. Os cientistas esperam que, com o estudo do vírus fatal, eles possam preparar-se melhor para futuros surtos dos novos vírus da gripe.
A gripe de 1918 apresentava os sintomas típicos de uma gripe normal, como febre, náusea, dores e diarréia. Além disso, os pacientes frequentemente desenvolviam manchas escuras nas bochechas. Quando seus pulmões se enchiam de líquido, eles corriam o risco de morte por falta de oxigénio. Aqueles que morreram afogaram-se com a própria secreção.
A epidemia desapareceu num ano, quando o vírus mudou para outras formas menos fatais. A maioria das pessoas, hoje, apresenta algum grau de imunidade a essa família de vírus H1N1, herdada daqueles que sobreviveram à pandemia.
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