Doença matou 50 milhões de pessoas em 1918 e 1919.
Estudo foi feito com corpos de soldados mortos na época.
Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (19) pela revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)” mostra que o vírus da gripe espanhola já estava nos EUA pelo menos quatro meses antes de atingir níveis pandémicos. A doença matou cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo nos anos de 1918 e 1919.
A equipa de Jeffery Taubenberger analisou tecidos pulmonares de soldados norte-americanos que morreram por infecções respiratórias em 1918. Proteínas e material genético do vírus foram encontrados em 37 deles, sendo que quatro morreram entre maio e agosto. Segundo os cientistas, esses são os casos mais antigos já encontrados. A doença só se tornou uma pandemia a partir do outono europeu, que começa em setembro.
Além de terem sido infectados pelo mesmo vírus, as lesões e o quadro clínico apresentados pelos soldados foram idênticos aos relatados no auge da pandemia. Para Taubenberger, isso mostra que o vírus não sofreu nenhuma mutação que pudesse justificar a alta mortalidade.
Os cientistas descobriram ainda que havia dois tipos diferentes do vírus a circular no mundo. Num deles, uma proteína chamada hemaglutinina ligava o vírus às células respiratórias com mais eficiência que no outro tipo. Contudo, os efeitos no corpo eram parecidos nos dois casos, e a variação também não explica o alto número de mortos.
Em todos os 68 corpos estudados, os soldados tinham alguma infecção bacteriana, como a tuberculose além do vírus. Por isso, os autores concluem que os novos dados reforçam a importância do combate às bactérias durante surtos de gripe em larga escala.
fonte: G1
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