terça-feira, 20 de setembro de 2011

Investigadores descobrem registo mais antigo da gripe espanhola

Doença matou 50 milhões de pessoas em 1918 e 1919.

Estudo foi feito com corpos de soldados mortos na época.

Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (19) pela revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)” mostra que o vírus da gripe espanhola já estava nos EUA pelo menos quatro meses antes de atingir níveis pandémicos. A doença matou cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo nos anos de 1918 e 1919.

A equipa de Jeffery Taubenberger analisou tecidos pulmonares de soldados norte-americanos que morreram por infecções respiratórias em 1918. Proteínas e material genético do vírus foram encontrados em 37 deles, sendo que quatro morreram entre maio e agosto. Segundo os cientistas, esses são os casos mais antigos já encontrados. A doença só se tornou uma pandemia a partir do outono europeu, que começa em setembro.

Além de terem sido infectados pelo mesmo vírus, as lesões e o quadro clínico apresentados pelos soldados foram idênticos aos relatados no auge da pandemia. Para Taubenberger, isso mostra que o vírus não sofreu nenhuma mutação que pudesse justificar a alta mortalidade.

Os cientistas descobriram ainda que havia dois tipos diferentes do vírus a circular no mundo. Num deles, uma proteína chamada hemaglutinina ligava o vírus às células respiratórias com mais eficiência que no outro tipo. Contudo, os efeitos no corpo eram parecidos nos dois casos, e a variação também não explica o alto número de mortos.

Em todos os 68 corpos estudados, os soldados tinham alguma infecção bacteriana, como a tuberculose além do vírus. Por isso, os autores concluem que os novos dados reforçam a importância do combate às bactérias durante surtos de gripe em larga escala.

fonte: G1

domingo, 11 de setembro de 2011

Gripe de 1918

Enfermeiras cuidam de vítimas da epidemia de gripe espanhola de 1918 dentro de barracas de lona, em Massachusetts

Em 1918, o mundo assistia ao fim da Primeira Guerra Mundial. No fim daquele ano, o número estimado de mortos chegaria a 37 milhões no mundo inteiro e milhões de soldados tentavam voltar para casa. Então, surgiu uma nova doença. Alguns a chamaram de gripe espanhola, outros de a grande gripe ou ainda de gripe de 1918. Independe disso, a doença matou aproximadamente 20 milhões de pessoas em questão de meses [fonte: Yount]. Num ano, a gripe desapareceria, mas apenas depois de causar um número espantoso de mortes. As estimativas globais variam entre 50 e 100 milhões de fatalidades naquele ano [fonte: NPR]. Muitos a consideram a pior epidemia (depois pandemia) registada na história da humanidade.

A gripe de 1918 não foi causada pelo vírus típico da gripe que vemos anualmente. Era uma nova cepa de micróbio da gripe, o vírus A da gripe aviária H1N1. Os cientistas suspeitam que a doença tenha sido transmitida dos pássaros para os humanos no meio-oeste americano pouco antes do surto. Foi baptizada, posteriormente, de gripe espanhola depois que uma epidemia na Espanha matou 8 milhões de pessoas [fonte: NPR].

No mundo inteiro, o sistema imunológico das pessoas estava totalmente despreparado para o novo vírus - assim como os astecas não esperavam a chegada da varíola, por volta de 1500. O transporte de tropas e as linhas de abastecimento no fim da Primeira Guerra Mundial permitiram que o vírus chegasse rapidamente a proporções pandémicas, espalhando-se para outros continentes e países.

Ressurreição de um assassino

Em 2005, os investigadores recriaram o vírus A da gripe aviária H1N1 a partir de material genético encontrado nos pulmões das vítimas da gripe de 1918. Os cientistas esperam que, com o estudo do vírus fatal, eles possam preparar-se melhor para futuros surtos dos novos vírus da gripe.

A gripe de 1918 apresentava os sintomas típicos de uma gripe normal, como febre, náusea, dores e diarréia. Além disso, os pacientes frequentemente desenvolviam manchas escuras nas bochechas. Quando seus pulmões se enchiam de líquido, eles corriam o risco de morte por falta de oxigénio. Aqueles que morreram afogaram-se com a própria secreção.

A epidemia desapareceu num ano, quando o vírus mudou para outras formas menos fatais. A maioria das pessoas, hoje, apresenta algum grau de imunidade a essa família de vírus H1N1, herdada daqueles que sobreviveram à pandemia.

fonte: HowStuffWorks

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Confirmada ligação entre vacina e mais narcolepsia infantil

Investigadores finlandeses anunciaram hoje que confirmaram uma ligação entre a vacina Pandemrix contra o vírus da gripe A (H1N1) e o aumento do número de casos de narcolepsia em crianças e adolescentes.

Segundo noticia hoje a Agência France Press, "os grupos de trabalhos nacionais sobre a narcolepsia [uma deficiência que se caracteriza pela dificuldade da pessoa se manter acordada] confirmaram (...) que a vacina Pandemrix, distribuída no inverno de 2009-2010, contribuiu para o aumento de casos de narcolepsia na população entre os quatro e os 19 anos", anunciou em comunicado o Instituto da Saúde e Bem-Estar finlandês.

Nesta faixa etária, os doentes a quem foi injectado a Pandemrix registaram 12,7 vezes mais casos de narcolepsia do que os que não receberam a vacina, sublinha o estudo, que revela contudo que os que desenvolveram a doença tinham uma predisposição genética para a mesma.

Os investigadores apuraram ainda que esta vacina não provocou a narcolepsia em crianças com menos de quatro anos nem em jovens com mais de 19.

Em Julho, a autoridade que regula o sector do medicamento em Portugal anunciou que a Agência Europeia do Medicamento concluiu que há uma associação entre a toma da vacina contra a gripe A e os casos de narcolepsia em crianças e adolescentes.

O Comité de Medicamentos de Uso Humano da Agência Europeia recomendou que se evite administrar a vacina Pandemrix, usada em Portugal, a pessoas com menos de 20 anos.

Esta vacina só deve ser dada a menores de 20 anos caso não esteja disponível a vacina da gripe sazonal e se a imunização contra o vírus da gripe A ainda for necessária, como no caso de pessoas com risco de complicações no decurso da infecção.

Contudo, a agência europeia mantém que a relação benefício-risco para a vacina mesmo em pessoas com menos de 20 anos continua positiva.

fonte: DN